sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

41° dia: de Rio Branco a Ariquemes

LUÍS:

Foram 711 KM com direito a chuva em boa parte do caminho e balsa pelo Rio Madeira.

Saímos do Acre e chegamos a Rondônia, dois estados visitados no Brasil na volta até agora.

A foto do dia acho que é essa aqui...


Foi tirada na balsa que atravessa o Rio Madeira, que divide o Acre de Rondônia. Mas para chegar até lá, a história do dia começou cedo.

A rota do dia foi essa...


Acordamos às 7h, mas ficamos enrolando na nossa cama redonda hehehehe.

Quando montamos as tralhas, saí direto a caminho da Yamaha em Rio Branco/AC, pois precisava trocar o óleo e fazer alguns ajustes na moto. Também tinha a esperança de encontrar um pneu dianteiro, pois o meu estava bem gasto e não aguentaria chegar a SP, tampouco a Cuiabá.

Pra quem entende de moto e pneu, veja o estado do Mitas E-07 dianteiro...





Não rodaria mais de 1.500km até Cuiabá.

Então cheguei à Yamaha (Recol) de Rio Branco e ela entrou na troca de óleo.

Enquanto isso o pessoal do balcão de peças ligava em todas as lojas de pneus da cidade em busca de um pneu dianteiro para a moto.


Nada feito, até acharam dois sem câmara raio 19, mas em medidas diferentes e um preço salgado feito bacalhau seco.

Então ficamos na troca de óleo e filtro, além de uma lubrificada show no manete do acelerador que estava me incomodando há uns dois dias.

Percebi que a manopla aquecida nesse esquenta/aquece acaba deteriorando a lubrificação que fica abaixo dela, entre o acelerador (plástico) e o próprio guidão. Na última vez que limpei isso em SP havia uma crosta estranha, era óleo em estado sólido parece.

Dessa vez foi praticamente o mesmo. Basta dar uma lixada para tirar aquela craca e passar umas gotas de óleo. Fica excelente.

Chegando a SP vou tentar pintar a barra do guidão para ter uma proteção contra isso e evitar lixar toda vez que precisa limpar. Vamos ver no que dá.

Bem...então pegamos a estrada já era meio tarde, quase 10h da manhã eu acho. O objetivo era chegar a Ariquemes. Fiz as contas e preciso andar em torno de 700km por dia. Aliás, acima de 700km por dia para conseguir chegar a SP no domingo e trabalhar na segunda.

Sim, eu trabalho, não vivo de férias... hehehe

Pegamos algumas chuvinhas e uma ou duas chuvas mais pesadas que nos fizeram colocar a capa de chuva.

Chegamos então a um ponto crítico da rodovia. Pode ver na foto abaixo, que do lado direito a água é barrenta e do lado esquerdo é escura.


Esse é um trecho da rodovia que no ano passado isolou o Acre por via terrestre, pois a água subiu e alagou a rodovia, tanto que em alguns pontos passou de 2m. Nada passava, nem trator. Não há veículo com vão livre de 2m...


E as marcas da enchente ficaram por ali. As plantas e árvores naquela região tem uma marca nessa altura, são todas esbranquiçadas e muitas delas morreram ou perderam todas as folhas.

A vegetação ficou esquisita ali. O marrom do lado direito é a represa do rio madeira (jirau) e do esquerdo não lembro...

Enfim, deu certo passar ali na época certa. Mas também dera...o ponto tem 100m de altura sobre o nível do mar. Veja o quanto longe do oceano estamos e a altitude é só essa.

Ou o governo estadual e federal eleva a rodovia ao menos uns 4m nesses pontos críticos ou o Acre vai continuar sendo isolado do Brasil (mais do que já é) em tooooodos os verões. Sim, todos. Pois aqui sempre chove, e muito.

Almoçamos num restaurante à beira da estrada, comida bem ruinzinha, mas não tinha nada por ali. Por R$ 10 enchemos a barriga. O que mais valeu foi o suco e a bolacha recheada que comprei pra Ist levar, além dos 10 chiquetes vagabundinhos hehehe.

Avançamos até chegar à beira do Rio Madeira. Ali pegamos uma balsa que nos custou R$ 4,50.

Os sorvetes na balsa eram de potinho e custavam R$ 3 cada. Tomamos dois!



Tomei um potinho de sorvete de morango e depois ajudei a Ist no de Açaí que ela pegou.


Uma balsa para cada tipo de carga. Na nossa, carga comum e veículos de todos os tipos. Na outra, cargas perigosa. Havia um caminhão de químicos e um outro de combustíveis.


Até entendi porque se chama Rio Madeira. No leito do rio há diversos troncos de madeira boiando. A maioria parecia de quebra de árvore mesmo. E isso é verdade, pode procurar.

Seguimos viagem e encontrei uma foto minha chupando picolé. Não lembro onde foi... mas com certeza estava bom nesse calor!


Deve ter sido em algum posto em que paramos para abastecer.


Pegamos um belo por de sol, já do lado de Rondônia.


Passamos em Porto Velho / RO para sacar uma grana!
A Caixa tem seus prós e contras. Tá sempre lotada e é difícil entrar, sem falar que não tem saque internacional. Por outro lado, para viajar pelo Brasil, é o melhor banco para se ter uma conta, sem dúvida. Afinal, há lotéricas em praticamente todo lugar e agências por toda cidadezinha.

E nem vem falando que seu banco é bom porque dá pra sacar no Banco24horas. Aqui não tem isso. Não vi nenhum em nenhum posto no Brasil entre Acre, Rondônia e Mato Grosso até agora (ps.: escrevo este post de Pedra Preta/MT).

O mais curioso, que não aparece na foto, é que nesse poste tinha uma caixa de som. Tocava uma música brega. Mal dava para falar no celular. Bizarro! Poluição sonora total...


Em Ariquemes, já de noite, paramos no posto do KM 515 para abastecer e comer aquele PF!


De volta à comida brasileira! A única coisa de boa que há por aqui... pois de resto só vejo estrada esburacada (oriunda de corrupção será? feita pelo DNIT, o mais corrupto...todos os diretores foram demitidos ano passado/retrasado, lembram? Não...ninguém lembra...). Sem falar na gasolina cara e péssima. A moto que fazia de 20km/l pra mais na Bolívia, Peru e Equador, agora não passa dos 17km/l sofríveis.


Depois pegamos um hotel super bacana por R$ 80, com ar condicionado e garagem privada (não era motel nem tinha cama redonda tá) e dormimos tranquilamente...

Também, depois de mais de 700km, merecia!

LUCIANA:

Até vimos passagem de avião para eu voltar do Acre para SP e se estivesse até R$500 dava para encarar, pois os gastos do retorno diminuiriam com o Luís sozinho.
Mas que nada! Os preços estavam a partir de R$ 2.000,00!!!
Então, bora voltar com o homi na garupa, quietinha, sem incomodar...hahahah.
Ele sabe que não dou trabalho, só fico chata em época de tpm, mas é só me dar chocolate que fico de boa! rs
Este foi o primeiro dia de um loooongo trecho do retorno. As férias acabaram mesmo porque no retorno não tem nada de bonito pra ver. E o estresse da pressa ratifica isso!
Ao menos temos jantado bem! A foto comprova! :)

2 comentários:

  1. Legal ver essa cheia de dia...ano passado eu passei a mesma de noite, noite não, madrugada, às 2:30am, pois ao amanhecer a estrada foi realmente fechada! A sensação no escuro era q o nível de água era maior fora doq dentro da estrada. Sinistro! Lindas as fotos e saudades dessa trip!

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    1. Lembro que foi através deste video que te "conheci". Aquele lugar é feito pra alagar. Enquanto não subir a estrada ao menos 6m vai encher todo verão

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