domingo, 27 de setembro de 2015

Serra da Canastra, off road, camping e diversão

A nascente do Rio São Francisco, que atravessa o Brasil desde o sul de Minas Gerais até Pernambuco, fica dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra.

A 400km da capital de SP fica Passos/MG, nosso ponto de encontro e base para a chegada dos perdidos que vieram de Sorocaba, Araçoiaba da Serra, São Paulo e Brasília.

Alguns ficaram em hotéis mais baratos, outros com esposas e crianças optaram por gastar um pouco mais e não ouvir a viagem inteira que a criança ou a patroa estavam com dor nas costas... hehehe

E assim acordamos cedo num sábado, procuramos o açougue que já conhecemos, mas nunca encontramos de primeira, compramos um pouco de carne, carvão e gelo. Isso tudo vai na caçamba das 2 VW Amarok que carregam as mulheres e crianças.

Sim, elas também fazem parte da viagem, passeiam e aproveitam conosco.

Partimos por volta de 09.40h rumo a São João Batista do Glógia/MG, onde realmente começa o off road. A estrada de terra levanta poeira, muito mais do que normalmente. Esconde buracos que geralmente não atrapalham a condução...

Até que sem ver nada, me acontece algo que não consegui entender na hora...achei que tivesse batido contra um carro ou um animal, não imaginava que fossem 3 buracos em série:


Simplesmente caiu a frente, a suspensão dianteira cuspiu os retentores, vazou quase todo o óleo. Guidão torto, radiador torto, ventoinha presa... mais de meia hora para fazer o resto da Super Ténéré voltar a funcionar.

Mesmo com a roda dianteira torta e sem a frente da moto, segui viagem.

O óleo que vazou da suspensão fez o freio dianteiro quase não funcionar mais. A cada curva ou descida era uma emoção quase que incontrolável hehehe.

Mas deu certo, chegamos ao sítio Mata do Engenho e fomos até a Cachoeira Maria Augusta. A travessia do rio é sempre uma diversão a parte.

Depois de um banho refrescante, voltamos ao sítio para almoçar. De barriga cheia, notei que a placa da moto não estava alinhada com a roda traseira.

Bem, isso não era nada além do chassi traseiro torro.







Dava para continuar a viagem. A gambiarra de prender o painel eletrônico no guidão com "enforca gato" deu certo.

Seguimos por caminhos empoeirados até a Serra Branca. Subi-la com moto grande é sempre uma aventura que assusta os novatos, faz os mais experientes lembrarem que aquilo não é como "ir até a padaria".

Mas chegar lá em cima e pegar aquela vista com o fim de tarde se anunciando é uma experiência e tanto. Um ótimo lugar para tomar uma água, descansar, e perceber que se algo der errado você está ferrado, pois a última barrinha do sinal do celular sumiu muito, muito atrás...

Logo após a subida da Serra Branca há uma chapada a caminho do Morro do Carvão que acho ser um dos pontos que mais gosto de andar em terra. Tem cascalho, terra, chão batido, um pouco de tudo. Isso nos leva até o morro dos jipes, lugar de subida necessária para contemplar o quanto a gente não tem o que fazer e fica subindo em montanhas de terra que se cair dali...hum...vai dar trabalho consertar.

Mas a vista e o desafio valem a pena.

Seguimos viagem e chegamos à casa do Edmar e da Simone, na "igrejinha" ou que eles chamam de "Mirante da Natureza". Nome perfeito.

Acampar ali é algo que eu creio precisar fazer ao menos a cada 3 meses. Não tem bicho papão, não tem animais que te comem, não cai raio na sua cabeça, nada que cause sua morte hehehe

Sem brincadeiras, é um lugar de paz e descanso para nós que viemos da selva de concreto.

Esse foi o primeiro dia.