quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

23º dia: de Punta Sal a Guayaquil

LUÍS:

10 de Janeiro de 2015, hoje é o 23º dia de viagem. O tempo passa num piscar de olhos. Adentramos o 4º país da viagem. Saímos de Punta Sal, cidade balneário no norte do Peru e seguimos mais ao norte a caminho da fronteira com o Equador, que aqui é escrito como "Ecuador".

Foto em homenagem a quem nos trouxe até aqui, com uma bandeirinha nova... do Equador!


Mas antes, vamos contar como foi nossa saída...

Acordamos cedo, mas o café só começaria às 08:30h, então arrumamos as malas com calma e já descemos do quarto com as bagagens, que foram colocadas na moto e somente depois seguimos para o café da manhã. Curioso que o hotel é dividido ao meio pela rua. Na parte de baixo mais próximo à praia ficam alguns quartos, a recepção e o café/restaurante. Na parte do outro lado da rua, já num barranco, ficam o estacionamento e outros quartos, seguidos por uma escadaria que nos leva aos melhores quartos no que se refere ao silêncio e às belas vistas.


Viu a cara de quem acabou de acordar acima?




Sim, belas vistas, acordar com aquele mar e aquele sol não dá vontade de sair dali. Mas era preciso. Nosso objetivo do dia seria seguir até a fronteira com o Equador, fazer a migração e adentar o Equador até Guayaquil, a maior cidade do sul do país.

E deu tudo certo. Antes do final, algumas fotos da fronteira para nos despedirmos.





A fronteira é compartilhada, quero dizer, os escritórios e espaços são compartilhados. Tem um guichê de imigração do Peru e logo ao lado um outro do Equador. Porém, chegamos numa hora que havia chego um ônibus e logo uma grande fila se formou, primeiro na saída do Peru, depois na entrada do Equador. Estava bem calor. O sol aqui frita, como no nosso nordeste.

Ainda bem que quase ninguém precisaria fazer aduana de entrada e saída de veículos. A nossa foi rápida, novamente cópias de diversos documentos e uma foto do nº do motor que eu engambelei o cara da vistoria, até porque é o mesmo nº do final do chassi. Pois ver o nº do chassi da Super Ténéré não é algo assim tão fácil, fica no meio dos cabos, complicado sabe.

Fotos tiradas, papel carimbado e assinado, imigração 100% feita, a moto merece mais uma bandeira, agora do Equador, o 4º país desta viagem.




Não se assustem com as faixas nos punhos. Não aconteceu nada, é só para proteger do sol. As luvas que uso para pilotar são curtas e a manga da jaqueta "sobe" com o vento, deixando o sol bater forte nos punhos que já ficaram queimados. Cansado disso, comprei essas faixas e coloquei dois pedaços de câmara de ar para segurar cada uma. Não achei esparadrapo nem fita crepe. Também, numa borracharia heheheeh

Refazendo as contas, considerando todas as viagens, já andamos de moto pelo:

1. Brasil;
2. Itália;
3. Uruguay;
4. Argentina;
5. Chile;
6. Bolívia;
7. Peru;
8. Equador.

Em breve precisarei redimensionar as bandeirinhas e adesivos, pois está começando a ficar uma bagunça, heheheh.

Após passarmos pela fronteira já era mais de 14h, batia aquela fome sabe.

As portinhas de almoço eram raras, mas depois de um povoado achamos uma até razoável, tinha um monte de carro parado na frente. Onde há gente a comida geralmente é boa. Resolvemos parar.






À primeira vista é medonho e nojento, pois as linguiças e carnes ficam penduradas numa vara de madeira ao lado do fogão pegando a fumaça da churrasqueira. Isso ajuda a espantar as moscas e a dar um sabor defumado na carne, mas a foto não é muito encorajadora... veja só!

É o que tinha para hoje. Total, 7 dólares por dois pratos mais uma canecona de suco de maracujá, natural é claro.

Barriga forrada, avançamos até Guayaquil, faltavam uns 80 km, mas a estrada não ajudava. Parte é mão simples, parte é duplicado, passa no meio de povoado, ônibus parados no meio da pista, cachorro, cavalo, boi, de tudo...

Mas uma coisa é certa, nos pedágios há uma passagem específica para moto sempre do lado direito, como no Brasil. Isso sim é um país evoluído. O Peru ainda não, tampouco a Bolívia. Até dá para entender a Bolívia e tirá-la do meio disso, mas o Peru não. Ali, no Peru, é um lugar que não merece uma nova viagem, especial pelo desrespeito com o motociclista, sequer lembram da nossa existência no pedágio e me fazem passar pela terra, dentre outras passagens bizarras.

Equador, país com muitos policiais nas estradas, muitos mesmos. A cada 20km você via uma barreira. Sorte ou não, não fui parado por nenhum. Mas também não são como os peruanos, que acenam sorridentes. Passamos ilesos até agora na viagem, ninguém nos parou para pedir documentos, apesar de estarmos legais.

Não sei ao certo se aqui o tal seguro SOAT é necessário, a aduana não indicava ser para moto, apesar de o cartaz na entrada indicar ser necessário, sem dizer para qual tipo de veículo.

Mas como ficaremos aqui muito pouco tempo e andaremos bem pouco, nem vou fazer. Se me pararem tento enrolar e dizer que não sabia, faço na hora...damos uma de "armless john", se é que vocês nos entendem.


Cavalos soltos na estrada, um perigo.




Aqui é a terra da banana e do cacau.


Atravessamos diversas cidades...povoados...

Fomos nos aproximando de Guayaquil e como aqui não consegui baixar um mapa do Equador para o GPS, sabia que teria dificuldades em achar hotel. O que coloquei na rota não encontramos e o único sugerido pelo GPS era um 5 estrelas. Nem pensar. Andamos até que passamos na frente de um hotel mais razoável. Parei e perguntei, mas estava fechado, tipo para reforma. Ainda bem que o dono me indicou outros e logo em seguida saiu com seu carro e pediu para eu segui-lo até uma região aqui no centro onde há vários, ele dizia que havia sete em um quarteirão.

Sorte encontrar pessoas assim que nos ajudam na viagem, é sempre legal e do nosso lado sempre temos uma postura agradável que permite às pessoas nos receber bem.
Também foi assim em Piura/Peru, pois o primeiro que achei era 300 soles, mas pedi e me indicaram o que ficamos, por 90 soles. Quem indicou foi o próprio recepcionista do hotel caro e o rapaz que limpava o chão. É isso aí, precisamos estar abertos à comunicação com todos, desde o dono do hotel até o rapaz que limpa o chão. Dignidade há em qualquer posição.

Ah, detalhe, falar o idioma local também abre portas. Quem já foi à Itália e fala italiano sabe bem disso. Na França o mesmo... e por aí vai.





Ficamos num hotel por 25 dólares a noite, cama de casal. A Luciana viu o quarto e estava ok. Banho quente, lavar roupas no chuveiro e ....cama com ar condicionado no quarto! Ufa, aqui no Equador é calor pra kct, não é à toa que a linha que divide o mundo entre norte e sul tem o nome deste país.

De 30° pra cima a todo momento.

Logo que tomamos banho nos arrumamos e fomos até o aeroporto, pois quem nos indicou esse hotel disse que lá seria o único local onde encontraríamos uma agência de viagens com pacotes para Galápagos. Pegamos a moto e andamos pela cidade. Ainda bem que o GPS indica pontos chave mesmo sem detalhes de mapa, como o próprio aeroporto.

Chegamos lá, mas as duas agências de viagens estavam fechadas. Uma pena. Fomos então atrás de um shopping, já era 8 da noite do sábado.

Que nada, só achamos a rodoviária deles. Também sem agência de viagens. Ainda bem que havia uma loja que vendia malas. Então compramos uma malinha para levar nossas coisas para Galápagos.

Voltamos ao centro, deixei a moto no estacionamento (fica a 3 quadras daqui, é na garagem de um hotel do mesmo dono deste aqui) e procuramos algo para comer. Como é centro, sábado de noite... hummm...só tinha uns lugares que pareciam inferninhos e uma loja de bolos/doces aqui na esquina. Paramos ali e fomos bem atendidos, tomei um suco natural de amora delicioso, comi um doce folhado que parecia um sonho e a Ist comeu um palmier gigante que aqui eles chamam de "oreja", sim, orelha.

Barriga forrada novamente, voltamos ao hotel. Até tem wi-fi aqui, mas não funciona, vai e volta, rápido o suficiente para o notebook nem entrar na rede.

Bem, hoje não daria para comprar passagens, devia ficar para amanhã.

E essa é a história de um novo dia.

Hora de dormir!


LUCIANA:

Não queria sair de Punta Sal, tão lindo, ainda mais pela manhã quando o sol tá bem alto! Mas ok, nem reclamei porque tínhamos um objetivo maior.
Foi uma viagem "curta", porém, cansativa. Não estava bem, tinha passado novamente por uma noite daquelas (era a 4ª seguida) e quando chegamos na fronteira o calor pegou!
Fizemos toda a parte da documentação e seguimos.
Na hora de almoçar eu queria comer tudo e mais um pouco e dormir, então como nenhuma das opções eu tinha, comi normal e rezei para que ficasse tudo na minha barriga até chegarmos na cidade de Guayaquil e estar segura no quarto do hotel.
No percurso da viagem nota-se muitas plantações de banana e cacao. Ambos são altamente exportados aqui no Equador. Vi container de vários Armadores a caminho de Guayaquil...agora, aonde estufavam eles não consegui nem imaginar! rs
Estamos hospedados na região central velha da cidade. Tem bastante gente esquisita por aqui. rsrs
Jantamos nosso docinho e fomos descansar!


Mais fotos:


Tiago Bega, Laércio Guerra e Luciano Cogliati, o nome desse jornal acima lembra algo para vocês?


Gasolina tão barata quanto na Bolívia. Foram 6,5 dólares por 4,4 galões. Cada galão tem 3,7 litros quase. Faça as contas você mesmo.

Um comentário:

  1. El telegrafo.....trilha p/ iniciantes...q nao sabem pilotar moto ainda....

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