quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

13º dia: de Coroico a Copacabana (fim da Bolívia)

Luís:

A primeira foto da postagem tento escolher a dedo, para ser aquela que mais representa o dia que passamos.

Mas hoje foi difícil escolher a foto, pois entre fotos e vídeos foram 243 itens, totalizando 2,41 GB.

Já que tenho que decidir, veja essa abaixo:


Sim, nós passamos pela ruta de la muerte, ou estrada da morte.

Quer saber como foi?

Não teve tenta graça. Vá de Cochabamba até Coroico pelo caminho que fizemos (Independência e Irupana, Chulumani, etc.) que você vai se sentir muito mais em um caminho no qual pode morrer, ficar perdido e sem socorro do que propriamente a ruta de la muerte.

Mas vamos começar pelo começo deste dia que foi cheio de fotos e histórias.

Acordamos cedo, arrumamos as malas, tomamos aquele belo café da manhã preparado pelo pessoal do hotel Jamachi e nos despedimos deles.



O Fabas, na foto, é o dono hotel e nos deu a dica de visitar Tiahuanacu, perto do Titicaca.

Mudei a rota neste dia, preparei tudo para fazer um caminho "dos sonhos", aproveitando tudo o que há de bom no caminho e evitando tudo o que não desejamos (polícia, trânsito, etc).


Para ver em detalhes acesse https://goo.gl/maps/PMQ3w

Você que é coxinha pode  se perguntar: porque esse cara foi até Tiahuanaco, deu uma baita volta numa península na esquerda e depois voltou para seguir até Copacabana se podia ir direto para Desaguadero que também é fronteira?

Bem, você é coxinha, por isso pensa assim.

Dar a volta naquela península a oeste e norte de Tiahuanaco foi demais... mas vamos falar disso depois, pois para chegar até lá passamos pela estrada da morte, que tem seus atrativos.

É uma estrada como outra qualquer de terra que pegamos. Os penhascos são iguais e não me deram mais ou menos medo em relação ao que passamos entre Cochabamba e Coroico.

No entanto, há algumas quedas d'água, que não chamamos de cachoeiras por serem bem fraquinhas, que caem sobre a estrada, deixando tudo bem molhado e fazendo até alguns "corguinhos" no trajeto.

A vista é igual às outra que passamos, até menos legais na maioria das vezes. Mas valeu o passeio.

Fizemos a subida, do vale de Coroico até La Paz, aliás, uma estrada que liga a La Paz.

Saímos de uns 1800m eu acho para uns 3.000m de altura quase. É uma subida e tanto. A média de consumo bate 12,2 km/l no fim da subida. Foi só primeira e segunda...terceira nem lembro de engatar.

Vamos às fotos e aos detalhes então...


Acima você vê na prática aquilo que falei, em alguns pontos a água toma conta totalmente da rota, fica raso ainda, menos de 5cm, mas se marcar bobeira vai pro chão, ainda mais contando moto + bagagem + piloto + garupa superando 420kg.


Imagina só quão prazeroso é andar por uma rota e o GPS te marcar "rute del muerte"...detalhe no campo superior do GPS...veja com atenção. Clica na imagem e abre ela grande cabeção.


Sim, eu parei bem na pontinha do ponto mais famoso das fotos da rota da morte pra tirar foto, acima.


Parece uma piscina...pular dali só de parapente e mesmo assim tem que ter culhões.


Alguém aí entende estas letra? Aymara? Japonês? Árabe? Só consegui entender as datas.


Pose para foto da minha japonesa querida.


Tá vendo a "cachoeira" na esquerda?


Ao final da estrada da morte, chega o asfalto. Há tempos não via ele... .hehehe

Bela foto para recordar.

Curioso é que na estrada da morte tem uma galera de bike descendo. Descendo numa velocidade razoável, nada de extremos, mas também não estão passeando a 10km/h. Usam capacete e tudo. Atrás vem sempre uma van. No mínimo são todos gringos que pagam caro pela brincadeira.

Sonho que vale a pena, todos valem.



A parada no posto para abastecer valeu a foto....Luciana pronta pra pilotar a máquina que arruma estrada!


Sai da frente mano...


Depois subimos a quatro mil e cacetada, chovendo meio neblina, a chuva virou neve, pois caia feito granizo grudava na viseira e na bolha da moto. Essa foto acima é de La Paz.


Parada para o almoço em La Paz, sopa de choclo (um milho grande e branco deles), assado de cordeiro e saladinha. Deixamos o arroz de lado, aliás, pedimos para não vir. Almoço revigorante.


Que caminho tomar?


O trânsito aqui é tão caótico quanto em Cochabamba.


Depois de alguns km chegamos a Tiahuanaku, ou tiwanaku no idioma antigo. Porém, quando vimos a placa para entrada no sítio arqueológico:

- Bolivianos 10 bs.
- Estranjeros 80 bs.

Bem, precisa falar mais nada. Não sou idiota...pagar 8x mais para entrar nessa merda, vou seguir adiante. Agora quando algum boliviano quiser uma passagem de metro vai custar 24 reais em sp (antes do aumento rs).


Vista das plantações às margens do lago Titicaca.


Japa linda na foto no morrinho que subimos para ter uma vista melhor do lago.


Y yo...


Imagem diz tudo.


Esse quadriculado colorido nas pontas deste portal é a bandeira aymara, o povo originário desta região. Ainda estão aqui, em massa. Há milênios. Tanto isso é verdade que entre uma propriedade rural e outra não há cercas, porteiras, arame, nada...todos sabem onde começa e onde termina sua terra. Afinal, há quantas gerações cada um tem o seu pedaço?


Viu essa chuva no horizonte? Estava no nosso caminho, Mas pegamos só uns respingos do final dela.


Bela foto em movimento.


Olha que lindo o arco íris suave que essa chuva formou no horizonte.


Sim, no meio do nada havia um rio. E esse deu na altura do joelho com correnteza leve. Fomos com garupa e tudo.


Parada para confirmar informações: Copacabana era nesta direção mesmo? Segundo nosso colega, sim.


Foto de lance da japa. Pra dar saudade de estrada quando estiver em um trânsito parado em SP.


Curte só o naipe da balsa mano... se afundar la galantia soy yo.


Segura pra não cair, fui 20min com o pé apoiado, pois ventava e chacoalhava.


Curiosidades e encontros, conhecemos Marcos e seu filho na balsa. Ele tem uma KTM, é boliviano, e vai fazer um rolê para Foz do Iguaçu em breve. Muito gente boa. Poucos minutos de papo de motociclista bastante agradáveis.


Esse foi o pôr de sol mais colorido até agora. Tem a estrada, a faixa branca, a grama, os arbustos, a árvore, a água, as montanhas, o horizonte meio cor de rosa, o branco do final, o azul do céu, as nuvens, brancas, cinzas e escuras, depois mais céu....e um sorriso dentro do capacete com frio de 13º que compensou a temperatura.


Outras cores.



Esta foi foto é da travessia da balsa...vê eu na água? rs...


Pose para a foto no café/restaurante em Copacabana. Havia 2 garçons para umas 40 mesas.


E mais uma champagne viajante. Depois de vir da França para o Brasil de navio (provavelmente), foi de moto conosco atravessar o Brasil, passar pelo Pantanal, atravessar toda a Bolívia, subir os andes a mais de 4.600m de altura, atravessar rios, tomar chuva, um pouquinho de neve, neblina, lama, de tudo...até imigração ela fez...tudo para ser aberta na beira do lago onde passamos a virada do ano novo.

Não é a marca da champagne que importa (nem por isso deve ser cidra de R$ 4,50), mas a história por trás dela.

Curioso foi um francês nos abordar e perguntar como conseguimos ela, pois não estava no cardápio.

Ah meu colega...há coisas que só uma Super Ténéré faz por você em mais de 3.500km de garupa.

Com frio e chuva, fomos dormir.

Dia excepcional. Aliás, cada dia supera o outro parece. Neste 31/dezembro pegamos um pouco de selva (estrada da morte), pegamos altura de la paz, pegamos frio, chuva, neblina, passamos pelo Titicaca e vimos coisas que nos fazem pensar muito na vida. O frio foi compensado pelo pôr do sol todo colorido, que não esqueceremos jamais!

Luciana:

Saímos de Coroico e fomos conhecer a tal da rota da morte. Se eu morri com alguma coisa foi só de frio!!!
Passamos por montanhas e lugares muito mais impressionantes que lá. Diz a lenda que antigamente nesta rodovia passavam caminhões de carga e muitas vezes vazios, e como o transporte era precário (não que seja bom hj em dia), as pessoas pegavam "carona" nestes caminhões.
Certo dia, subiram 100 pessoas num desses e ao cruzarem com outro caminhão, este que carregava as 100 pessoas caiu. Foi aí que nomearam como "ruta de la muerte". Essa foi a história contada pela dona do Hostal que ficamos em Coroico. :)
A rota da morte começa com 1800 metros de altitude e termina com aprox. 3200.



Quedas d'água lindas que marcam a "ruta":


De lá seguimos para La Paz, onde passamos por fora e chegamos a 4500 metros.
Juro que não sei como não congelei!
Num dado momento do percurso Luís parou para que eu pudesse colocar as minhas mãos nos guidões com as manoplas aquecidas porque eu não tava sentindo mais nada!
Aquela foto que aparece eu comendo sopa já era nos arredores de La Paz e a temperatura já estava boa, perto dos 16 graus. Mas nem a sopa me aqueceu!
Seguimos com a temperatura nesse nível e o que fazia parecer mais frio era o vento. Foi assim o tempo todo.
A volta pela Península do lago Titicaca (que coxinha não faz..rs) foi muito linda. Adorei tirar as várias fotos até chegarmos de fato no Lago.

 



Passamos um reveillon bem diferente! Nunca tinha passado o dia 31/12 com frio e eu morro de frio! Já perceberam né?
Depois vcs verão que fui obrigada a me render às lãs de Alpaca!!!

Besos!





4 comentários:

  1. MASSA !!!
    q coincidencia trombar com um frances no interiorzao da bolivia e ele te prguntar sobre um a garrafa q nem vc sabia direito de ondr era hein...heheheh
    q preconceito.....!! essa das tuas ultimas frases "ha coisas q soh uma super tenere pode fazer por vc" como assim ??? heheheh....acho q os caras da yamaha tao te patrocinando hein...heheheh
    abracao pra vcs e aproveitem !!!
    as fotos tao beeem legais !!!
    e nesse riozoinho ai ?? (pq comparado ao outro esse eh fichinha neh...heheh) vc entrou pra ver se passava ou foi com garupa e tudo diretao ???
    heheh
    cuidem-se !!!

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  2. Fala seu semi-careca! Velho, se fosse uma motoquinha mais fraca ficava no riozinho mesmo ein. Nesse riozinho fomos direto, a gente ja tava vacinado. Mas esse era até mais fundo do que aquele na Bolívia, a diferença era que não tinha correnteza forte...tava mais light. O da bolivia tava correnteza das bravas.

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  3. retificando meu comentário , agora já achei a estrada da morte , confesso que fiquei meio que decepcionado .

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    1. É meio sem graça mesmo. A expectativa é tão grande e quando chegamos lá não era nada demais sabe. Não sei se vc acompanhou a viagem do começo em especial 4 dias nas montanhas na Bolívia, mas ali teve muito mais "risco de morte" de verdade do que na estrada da morte.

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