terça-feira, 30 de dezembro de 2014

9° dia: de Cochabamba a Independencia

A VISÃO DELE : LUIS

Este post está sendo escrito a 3.008m de altitude de dentro da nossa barraca que foi montada sobre um gramado à beira da estrada alguns km após a cidade ou vilarejo de Independencia.

Se procurar no mapa provavelmente não vai achar.

Saímos tarde de Cochabamba, pois aproveitamos para fazer câmbio, postar os dois últimos dias, ir à farmácia comprar alguns itens necessários. Abastecemos, isso é sempre aquela novela do galão...

Aproveitamos e almoçamos na saída da cidade. Novamente uma sopa de entrada e um prato com arroz, cozido e mais algo. Delicioso.

Cochabamba fica a 2.500m de atitude e para onde vamos se chama Coroico.

Havia um caminho passando por La Paz, por autoestrada, mas dai não tem graça,

Resolvemos encarar mais um trajeto meio aos Andes pela terra.

Não podia ser melhor. A vista compensa o cansaço, a demora, a diminuição do rendimento do consumo de combustível...tudo.

Andamos a 4.500m de altitude meio às lhamas, próximo às nuvens e com aquela vista dos picos nevados que só os Andes podem propiciar.

Os casebres daqui mais parecem de vilarejos da idade média. As culturas de batata, milho e outros grãos sobre penhascos a mais de 3.000m só mostram que esse povo boliviano é mestre em sobreviver nessa regiao tão alta.

Passamos no vilarejo de Independencia e compramos alguns pães e 3 garrafas de água de 300ml, o suficiente pra cozinhar nosso strogonoff de carne liofilizado.

Com pão para o molhinho, ficou excelente!

Curioso é que pouco antes de chegarmos ao vilarejo uma chuva vinha no vale mais ou menos na nossa direção. Achei que pudesse chover, mas não era certeza. A direção das nuvens e vento indicavam que passaria bem ao lado da vila. Ao comprar os pães, um senhor de uns 85 anos sentado na frente da barraca/quitanda me viu olhando para as nuvens e comentava que a chuva não ia chegar aqui, ia ficar no "serro" do lado.

Experiente e mora aqui há décadas provavelmente, estava certo, não choveu.

Oito da noite, já está escuro. Hora de dormir para acordar cedo amanhã, pois temos mais 350km de penhascos para andar e só foram 144km em 6h hoje.

Diretamente do meio do nada, para onde dificilmente voltarei outra vez na vida (por isso aproveito cada instante),  boa noite!

A VISÃO DELA: LUCIANA

Tivemos uma otima noite de descanso e isso pra mim foi providencial para encarar o trajeto de hoje.

Na saida da cidade, aquele anda e para de Cochabamba até conseguirmos abastecer com o galão. 
Quando paramos para almoçar eu me estressei com a mocinha que atendia porque ela não sabia se comunicar com clareza. O povo aqui fala pra dentro e não tem muita eloquência. Mas ok, almoço servido.

Findado, começamos a subir e quando chegamos a 4000m de altitude paramos para colocar mais roupas. Eu já estava congelando e queria matar o Luis que não parava de me pedir pra tirar fotos! Ocorre que eu tava com uma luva grossa e toda vez que eu precisava tirar fotos eu tirava a luva pra ter sensibilidade e manusear a máquina/celular.
Tudo valeu a pena, lindas paisagens, obras de arte do Criador!

Todas as vilas que passamos são muito simples, incrível como esse povo vive aqui! Não pude deixar de notar que a população de cães é altíssima, acho que uns 2 por habitante e vivem daquele jeito que morro só de ver...largados, muito magros! 

Chegamos na mini cidade Independencia  no horário certo! Pegamos nosso pãozinho e bora achar um canto pra acampar. Hoje não tem banho, banheiro, pia nem nada. Vai ser lencinho umedecido e matinho pro xixi...rsrs. 

Já jantamos e agora estou quentinha no meu saco de dormir, repousando meu esqueleto judiado. Tive muitas dores lombares esses últimos dois dias mas é porque foi punk!

O mais importante é escolher como passar por tudo isso. Jamais faria um passeio desse por escolha própria mas amar é ceder e tantos outros detalhes me fazem feliz que não posso reclamar mas agradecer por ter essa preciosa oportunidade!!

Fotos e comentários do Luis:

Ao fundo, Cochabamba. Atenção à estrada...do jeito que eu gosto.

Vista do hotel na cidade


Sem prédios altos, só morro!


Olha para onde fomos: subimos o morro desta foto até 4.500m de altitude


Quase esqueci do almoço!


A lhama tava com calor a 4.500m de altitude e entrou no rio pra molhar a bunda 


Picos nevados


Gostou do lago?


É desse?







Nenhum comentário:

Postar um comentário